quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Barcelona faz exibição triangular diante do Guangzhou Evergrande no Mundial

Começou hoje cedo a participação do Barcelona no Mundial de Clubes da FIFA 2015. Os europeus enfrentaram os chineses do Guangzhou, treinados por Luiz Felipe Scolari e recheado de brasileiros, pela semifinal do torneio. Apesar do compromisso posicional do time de Felipão, não foi necessário ao Barcelona, de fato, jogar. O clube se expôs ao público. Esteve em campo nu e cru, com repetição constante daquilo que tem feito a instituição referência: as triangulações em todos os setores. Próximo adversário é o River Plate. Vem final Europa vs América de Sul mais uma vez.

Suarez marca três em vitória do Barça na semifinal do Mundial de Clubes (Foto: caughtoffside.com)

1° TEMPO

O começo da partida já dava indícios daquilo que seria a toada da confronto. Felipão, que parece ter aprendido a não encarar de forma suicida um adversário imensamente superior, fechou seu time e, apesar do nítido esforço e comprometimento dos seus atletas para formação de um sistema coeso e uniforme, o Guangzhou não conseguiu aguentar mais do que 35 minutos de triangulações do Barcelona. 

O primeiro gol do catalães acontece em falha individual do goleiro chinês Li Shuai, que rebate de forma contestável um chute de Rakitic, completado por Suarez. 1 a 0. É óbvio que seria impossível não deixar um time do potencial do Barcelona criar, mas a missão estava sendo bem sucedida até a abertura do placar. O sistema defensivo dos chineses conseguira, até ali, encaixotar Luis Suarez, que não contava com apoio dos homens abertos que substituíam Neymar e Messi na partida. Sergi Roberto e Munir foram discretos, e os homens menos efetivos e participativos.

Barcelona dá indício de exibição e chineses encaixotam Suarez
Laterais apoiam meio campistas no Barcelona. Pelo lado do Guangzhou, Paulinho tem boa atuação

Como apontado no painel, o Barcelona contou com Alba e Alves pelas laterais e os dois, mesmo sem tanta disposição, centralizavam e encostavam nos meio campistas para triangulações e manutenção de posse. O Guangzhou concentrou suas ações na primeira etapa e no jogo inteiro praticamente nos lampejos de lucidez do volante Paulinho, que fez bom jogo, apesar da derrota. Diferente de Paulinho, os outros dois brasileiros titulares do Evergrande, Goulart e Elkeson, foram apagados e em momento algum sequer preocuparam Pique e Mascherano, homens mais recuados do Barça.

2° TEMPO

A volta para o segundo tempo mostrou que a toada do jogo era bem clara: um time preocupado em manter posição e o outro com total domínio da partida, se poupando em alguns momentos e com a ideia de competir de forma minimamente suficiente. A diferença mais significativa entre tempos é uma maior participação do homens abertos do Barcelona, além de um número maior de tentativas de passe longo por parte de Iniesta. E justamente em uma dessas tentativas do camisa 8 é que Suarez aumenta a soma do placar e faz 2 a 0. Com a definição da partida, a exibição do Barcelona aumenta, assim como a necessidade de poupar os jogadores mais desgastados.

Absolutamente todos os jogadores do Barcelona são posicionados de forma a gerar triangulações

Como exposto acima, as triangulações do Barcelona não são uma novidade. É comum falarmos sobre isso, nos depararmos com análises muito mais completas do que essa que aponto. Todavia, tem sido um pouco mais raro do que deveria observar de forma tão clara as diversas opções de passe que a ideia de jogo do clube (e vale salientar que isso é filosofia do clube) proporciona a todos os atletas em campo, em todas as posições, inclusive Claudio Bravo, goleiro. 

O campo de jogo é projetado em zonas. Vantagem numeral e a qualidade são diferenciais

O último ponto do jogo que foi muito interessante de se notar foi a vantagem do Barcelona em dois aspectos importantes de um partida de futebol: qualidade e número nas zonas vitais do campo. A maioria dos treinadores capacitados costumam projetar o campo de jogo em zonas, e isso ajuda em diversas situações, desde espaçamento do time à posicionamento da linha defensiva. O Barcelona diante do Guangzhou obteve vantagem numeral e em qualidade na zona mais importante do campo. Busquets, Iniesta, Rakitic e Suarez estão em maior número em relação à Z. Zhi e Paulinho. Goulart, apesar de esporadicamente povoar a zona, não compete. Número e qualidade dão superioridade ao time de Luis Enrique, que faz do espaço demarcado a arma para ganhar tranquilamente a partida. 

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